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Gnosticismo Antigo

Há cerca de dois milênios surgiu um poderoso movimento espiritual e religioso, dotado de uma rica estrutura mitológica e de um sistema filosófico revolucionário, que desafiou por séculos a hegemonia do Cristianismo, aquela que viria a ser a religião predominante no mundo.

Espalhado por uma extensa região que contorna o Mar Mediterrâneo, este movimento é nos dias de hoje chamado de Gnosticismo, e enquanto muitos o consideram uma fé esquecida, não é exagero dizer que ele se encontra atualmente mais forte do que nunca.

O estudo dos princípios fundamentais desta versão clássica do Gnosticismo permite entrever elementos metafísicos, míticos e teológicos que são comuns a grandes tradições filosóficas e religiosas do mundo.

Em especial, estes elementos são mais visíveis no Budismo, no Hinduísmo, no Judaísmo e no Helenismo. Não por isso deve o Gnosticismo ser enxergado como um sincretismo religioso, mas sim como uma expressão refinada da síntese religiosa, chamada Gnosis.

Enquanto movimento religioso, o Gnosticismo pode ser entendido como um conjunto de sistemas que, apesar de suas diferenças de formatação, compartilham um certo número de princípios essenciais que os fazem ser gnósticos.

Desde os primórdios, o Gnosticismo nunca se caracterizou pela existência de uma hierarquia eclesiástica centralizadora, o que favorecia a sua pluralidade ritualística e doutrinária, mas aumentava a sua vulnerabilidade contra os diversos ataques recebidos de seus detratores.

Entre os princípios compartilhados pelos sistemas gnósticos da Antiquidade, estão as noções de uma divindade monádica suprema, remota e desconhecida; de um sistema de emanações desta mesma divindade que representam seus inúmeros atributos; da figura do Demiurgo, uma emanação que se torna o Criador do mundo material; do aprisionamento da emanação Sophia neste mundo material e de sua salvação pelo Cristo através da Gnosis.

Os diferentes sistemas que compõem o Gnosticismo Antigo ensinam fundamentalmente a mesma coisa. Em princípio, qualquer ser humano é capaz de, mediante a experiência da Gnosis, caminhar rumo à sua Salvação.

Os gnósticos entendiam que o desenvolvimento espiritual não era determinado por um vínculo eclesiástico ou institucional, sendo de inteira responsabilidade do indivíduo.

A experiência da Gnosis levava o indivíduo a perceber o caráter ilusório do mundo em que vivia, sem que para isso tivesse que rejeitá-lo ou abominá-lo. Uma vez que alcançasse este estágio de despertar de sua consciência, empreenderia esforços para reverter sua ignorância e corrigir seus defeitos anímicos, que tanta dor e sofrimento lhe causaram.

O caminho de reversão desta ignorância estava radicado na experimentação contínua da Gnosis, um estado de consciência que estabelece a unidade entre o Criador e a Criatura, desfazendo lentamente as ilusões mentais e permitindo uma vida espiritual responsável, sem subterfúgios de qualquer espécie.

A experiência da Gnosis é um funcionalismo a alma humana, a qual, ao contrário da personalidade humana, não está condicionada pelos efeitos limitantes do tempo e do espaço. Por este motivo, é possível encontrar diferentes expressões da Gnosis nas mais diversas culturas e tradições espirituais.

Além das já mencionadas anteriormente, a Gnosis é a essência de todas as religiões, e seus princípios podem ser facilmente encontrados nos livros sagrados, nos símbolos e nos objetos, nos templos e nas construções, enfim, em todo instrumento que tenha servido para transmitir à humanidade, no norte e no sul, no leste e no oeste, um caminho de união definitiva da alma humana com o espírito divino. Neste encontro está a verdadeira sabedoria e, mais que isso, a autêntica felicidade.