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O Que Significa a Expressão “Arcano A.Z.F.”? (parte 2)

14 set 2016

O Que Significa a Expressão “Arcano A.Z.F.”? (parte 2)

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Em nosso texto anterior intitulado O Que Significa a Expressão “Arcano A.Z.F.”?, nós entregamos aos leitores o resultado de uma breve mas importante reflexão sobre o significado de cada uma das letras “A”, “Z” e “F”. Juntas elas formam o acrônimo “A.Z.F.”, tão representativo para o Gnosticismo Contemporâneo.

Hoje vamos expandir um pouco mais este tema para conectá-lo com certos aspectos de nossa Tradição Esotérica, mais especificamente o Ocultismo Francês dos séculos XIX e XX, quando a ideia de um Arcano A.Z.F. – ou Arcano A.Z.T. – foi apresentada aos esoteristas daqueles tempos como sendo a chave da iniciação.

Mas antes queremos recordar que no encerramento do texto acima mencionado destacamos a simplicidade com que Samael Aun Weor apresentou à humanidade a GNOSIS ETERNA E UNIVERSAL, característica que permite às pessoas mais simples conhecerem as chaves da autorrealização de forma mais clara, objetiva e direta.

Nas antigas Escolas de Mistérios estas chaves estavam ocultas em símbolos, alegorias e metáforas que formavam sistemas mais ou menos complexos, e que praticamente só os mais instruídos e educados intelectualmente alcançavam entender. Contudo, os sistemas pedagógicos de tais Escolas, Ordens e Sociedades começaram a ser empregados para outros fins que não os do conhecimento da Verdade.

Todas aquelas cerimônias iniciáticas de alto valor esotérico, os graus filosóficos que conferem erudição profunda, as palavras, os sons, os toques, os símbolos e as metáforas que conferem o precioso e necessário discernimento aos caminhantes da senda passaram a ser usados para o proveito individual de alguns poucos que se interessavam, lamentavelmente, apenas por dinheiro, poder, influência e prestígio.

Samael Aun Weor, ao apresentar a Religião Cósmica e Universal em sua linguagem simples, objetiva e direta, tornou obsoletas todas estas condutas egoístas que estavam distorcendo a finalidade dos sistemas esotéricos e aprisionando as almas buscadoras da Luz em cárceres da mente e do desejo ao invés de ajudá-las a alcançar a liberdade. Hoje, graças à esta linguagem, conhecemos a SÍNTESE de todos estas Escolas, Ordens e Sociedades, e podemos voltar as nossas consciências para os seus sistemas e aprender sem nos confundirmos.

E é exatamente isso que faremos agora, em um nível mais profundo, em relação ao Arcano A.Z.F., pois esta expressão usada por Samael Aun Weor para ensinar de forma clara, objetiva, direta e simples o caminho para a Alta Iniciação já era conhecida nos círculos Ocultistas e Esoteristas que o antecederam. Naquele tempo, o Arcano A.Z.F. era conhecido como Arcano A.Z.T., e agora vamos aprender o que esta expressão significa e o motivo pelo qual foi transformada em algo mais simplificado e acessível aos que não são versados nos cânones do ocultismo ocidental.

Não são muitas as pessoas que nos dias atuais estão familiarizadas com o Ocultismo Francês dos séculos XIX e XX, quando circulavam por Paris, Bordeaux, Lyon e Toulouse os filósofos restauradores da Santa Igreja Gnóstica, dos princípios Herméticos e da Filosofia Secreta, herdeiros dos grandes Eliphas Levi, Charles Nodier, Saint-Martin e Saint-Yves. Nomes outrora respeitados, como Chamuel, Doinel, Bricaud, Guaita, Sedir (Le Loup), Faucheux (Barlet), Peladan, Haven (Lalande), Fabre des Essarts, Michelet e Chaboseau, estabeleceram os alicerces de sistemas que até os dias de hoje são empregados em muitas ordens esotéricas e também no Movimento Gnóstico, ainda que os próprios gnósticos desconheçam este fato.

Entre estes sábios investigadores dos Mistérios Gnósticos estava aquele que ficou conhecido como o mais destacado discípulo de Eliphas Levi, o médico franco-espanhol Gérard Anaclet Vincent Encausse (Papus), autor de inúmeras obras introdutórias sobre ocultismo, tarô, magia, cabala e filosofia hermética.

Numa de suas obras, intitulada Tratado Elementar de Magia Prática, o autor estabelece uma relação entre a autêntica iniciação (a qual contrapõe à mera compilação de saberes) e a “chave real do Arcano A.Z.T.”, a qual pode ser compreendida a partir do WATAN, a língua adâmica ou dos antigos atlantes.

É muito natural, e até esperado, que o investigador destes assuntos faça a si mesmo a seguinte questão: “se a literatura original escreve “Arcano A.Z.T.”, por que Samael Aun Weor altera uma das letras e escreve “Arcano A.Z.F.”?” E além disso queira saber: “Estaria o Mestre corrigindo Papus? Teria o Mestre se equivocado em sua leitura?”

Estas são perguntas honestas de muitos buscadores sinceros que adentram ao universo da Tradição Esotérica (que inclui a literatura de Papus e muitos outros) e procuram ampliar o seu discernimento a respeito dos resultados práticos que vão alcançando. E nos sentimos no dever de responder à este tipo de questionamento.

Antes de mais nada, afirmamos que Samael Aun Weor não estava corrigindo Papus. Esta ideia de que o Mestre corrige outros Mestres é supervalorizada, e costuma servir de justificativa para a afirmação de uma superioridade da doutrina gnóstica sobre outras doutrinas – o que é falso – e para não buscar o entendimento das coisas como elas são. Certamente o Mestre também não se equivocou na leitura – apensar desta ser uma afirmação mais plausível do que a da correção – mas substituiu deliberadamente a letra “T” pela letra “F”, o que pretendemos deixar claro nas linhas a seguir.

Para conhecer o significado do Arcano A.Z.T. segundo a indicação de Papus, seria necessário ao buscador aprender o WATAN, o idioma atlante primitivo, raiz de línguas como o sânscrito, o hebraico e o chinês. Em outras palavras, para que fique bem claro, para conhecer a chave da iniciação seria preciso conhecer antes um idioma dos antigos atlantes, para então conhecer o significado correspondente de cada uma das letras “A”, “Z” e “T”, e o significado das três em seu conjunto.

E onde é que uma pessoa simples, que nada conhece de ocultismo, esoterismo, cabala, civilizações antigas, alfabetos primitivos e linguagens misteriosas iria aprender o WATAN para decifrar este código e finalmente poder conhecer a magia sexual?

Muito simples!

Estudando o arqueômetro do marquês Alexandre Saint-Yves d’Alveydre!

Ora… E quem é que hoje em dia conhece a obra de Saint-Yves? Ou o próprio Saint-Yves? Quem é que hoje em dia teria tempo, instrução em ocultismo e disposição para estudar a obra de do marquês d’Alveydre, intitulada “O Arqueômetro”, para aprender o WATAN e somente então conhecer a chave do Grande Arcano?

Pouquíssimos privilegiados…

Felizmente não nos é mais exigido atravessar este árduo e restrito caminho para conhecermos da chave do Grande Arcano; podemos fazê-lo depois para ampliar a profundidade e a amplitude de nossas vivências alquímicas. Esta chave é a mesma, seja escrita A.Z.T. para ser interpretada com a complexidade do arqueômetro, ou A.Z.F., para ser interpretada com a simples relação entre letras do alfabeto latino, como vamos demonstrar a seguir. E isso graças à Samael Aun Weor, à sua simplicidade e à sua objetividade.

Ele, que conhecia o segredo do Grande Arcano, conhecia o WATAN, conhecia a obra do marquês (vejam a sua biografia no livro As Três Montanhas, onde ele fala sobre o quanto estudou intelectualmente a tradição ocultista, rosa-cruz, teosófica, espírita e gnóstica), e sabia que o arqueômetro era também chamado de CHAVE DE TODAS AS RELIGIÕES E DE TODAS AS CIÊNCIAS DA ANTIGUIDADE, reconfigurou o acrônimo A.Z.T. para A.Z.F., mantendo seu significado essencial, de modo que pudesse ser mais facilmente entendido por todos nós.

À título de curiosidade, através do arqueômetro de Saint-Yves vemos que as letras do alfabeto atlante que correspondem às nossas letras latinas “A”, “Z” e “T”, quando reunidas, formam uma figura muito comum nos manuscritos dos alquimistas medievais, e que pode ser compreendida intuitivamente como sendo a chave do Grande Arcano, mas ainda assim somente após muitos anos de meditação profunda.

Em síntese, veja como funciona:

A letra “A”, no alfabeto adâmico (WATAN), corresponde à figura de um “traço horizontal”. A letra “Z” corresponde à figura de um “traço vertical”. E a letra “T” corresponde à figura de um “S” espelhado, como uma serpente. Unindo-se a forma das letras adâmicas que correspondem às letras “A”, “Z” e “T”, vemos que se forma a imagem de uma cruz perfeita sobre a qual encontra-se uma serpente crucificada, símbolo perfeito da Magia Sexual.

Maravilhoso símbolo do Grande Arcano!

Através da união equilibrada entre o feminino (letra “A” em nosso alfabeto, traço horizontal no alfabeto atlante) e o masculino (letra “Z” em nosso alfabeto, traço vertical no alfabeto atlante) vemos formada a CRUZ dos Mistérios Sexuais, a Alquimia Sexual, onde se produzem os encantos do AMOR que despertam a nossa Serpente Alada de Luz (letra “T” em nosso alfabeto, traço semelhante a uma serpente no alfabeto atlante), a Divina Mãe Kundalini, a espantosa víbora divina que elimina de nosso interior os defeitos psicológicos e libera a essência, para que assim formemos alma e encarnemos o Cristo, seu Filho, e através d’Ele ascendamos aos céus para estarmos junto ao Pai.

Vejam como a Loja Branca é misericordiosa com a humanidade!

Se toda pessoa, para conhecer o Grande Arcano, tivesse que estudar primeiro o ocultismo, poucos seriam alcançados por esta ciência e pouquíssimos a entenderiam. Aliás, estamos em Aquário, a era da revolução, da fluidez de informação, de revelação do oculto, e assim vamos melhor compreendendo a natureza da mensagem do Avatar desta Era de Aquário.

Esperamos que esta breve reflexão possa servir como esclarecimento para a dúvida de muitas pessoas sobre a natureza literária com que Samael Aun Weor comunica a sabedoria gnóstica. E assim possam melhor compreender a finalidade desta obra, aproveitando a sua simplicidade para aplicá-la na prática, colher seus frutos e melhor ajudar a humanidade.

Este artigo possui uma continuação. Acesse AQUI.

8 Respostas

  1. Fernanda Januário

    Sensacional!!… :D

    Curioso, as letras A.Z.T. fazem lembrar o Azoth ou Azoto da Alquimia…

  2. Oi Fernanda!

    Obrigado pela mensagem.

    Sim, é verdade. E dá pra estabelecer relações interessantes por aí.

    Abraços Fraternos!
    Paz Inverencial!

  3. Lourival

    Sou Cristão evangélico e uma vez uma pessoa me disse que eu era gnóstico. Só agora depois de quase 20 anos é que conheci a Gnosis, através de um amigo.

  4. MarianaMF

    Interessante. Nossa, os arquivos de vocês são ótimos. Gostei muito de acessar a carta do Mestre Samael no texto anterior. Aos poucos queria conhecer mais cartas dele. Mas sobre esse texto: quer dizer que o Mestre Samael simplificou a explicação do A.Z.F. para “A” (água, mulher), “Z” (alquimia sexual [outra associação: ou quem sabe um “raiozinho” de eletricidade que o visual da letra “z” sugere…]) e “F” (Fogo, homem), quando na tradição esotérica significa “A” (mulher, traço horizontal [outra associação: a linha interrompida do “yin” no IChing]), “Z” (homem, linha vertical [outra associação: a linha contínua “Yang” do IChing]) e “T” (serpente ígnea, Kundalini)? Então o Mestre altera deliberadamente o significado de “Z”, trocando o sentido de “homem” por “alquimia” e altera o sentido de “T” (alterado para “F”), trocando de “Serpente Ígnea” por ” Fogo=homem”? Será que ele fez isso para simplificar para as pessoas ou foi para separar a “doutrina da síntese” da tradição anterior, renovando a terminologia (porque não seria difícil para as pessoas entenderem AZT se o Mestre indicasse de onde vem cada letra e o significado. Vocês (SGI) fizeram isso em um parágrafo)? Outro ponto: se Papus resguardava o AZT somente a Brahamanes (conforme consta na carta do MSAW texto anterior) a alteração para AZF sinaliza intencionalmente a postura do Mestre Samael de difundir e tornar acessível o conhecimento e prática do Arcano sem infringir a Lei? Digo isso porque ele não estaria divulgando o velado AZT (regido por uma ética de ocultamento e protegido pela LEI) e, sim, o renovado AZF, como se fosse algo próprio seu, da sua nova Doutrina da Síntese, desvinculando da tradição anterior e, por isso, sem ferir (na medida do possível) a ética e segredo da palavra AZT. Ou seja: talvez houvesse karma em divulgar o AZT por conta da egrégora que o protegia, por conta da ética que o cercava. Quanto ao AZF, “não estava no contrato” a não-divulgação. Será que essa conjectura (que parece coisa de advogado) tem algum fundamento? É que acho pouco crível a jutificativa de que as pessoas não entenderiam AZT e estou tentando encontrar motivos ocultos…rsrsrs.

  5. É isso mesmo Mariana, o Mestre Samael Aun Weor simplificou essa ideia para compor sua doutrina, assim como fez com várias outras ideias: corpos solares (sistema de Gurdjieff), iniciações maiores (sistema de Blavatsky e Bailey), chakras (sistema de Leadbeater), educação fundamental (sistema de Krishnamurti), períodos (sistema de Heindel), eus psicológicos (sistema de Ouspensky e Nicoll), mantras (sistema de Krumm-Heller), tarô e cabala (sistema de Eliphas Levi), entre outros.

    Samael Aun Weor se apresentou ao mundo como Avatar de Aquário, Buda Maitreya e Kalki Avatar. Entender o significado destes “títulos” é muito importante, pois só assim pode-se compreender que a sua missão não era escrever uma doutrina nova em sua forma, mas sim reavivar a chama da GNOSIS nas doutrinas pré-existentes, que acabou diminuindo seu brilho por causa do excesso de intelectualismo, personalismo, exclusivismo e autoritarismo.

    Samael Aun Weor fez com a Tradição Esotérica o mesmo que fizeram Jesus com o Judaísmo, Buda com o Hinduísmo e Esclaremonde com o Cristianismo.

    Certamente ele não tinha a mínima intenção de separar a “sua doutrina” da “doutrina dos demais”. É claro que a Doutrina da Síntese é diferente: mais clara, objetiva, simples e direta em relação às doutrinas anteriores de nossa Tradição. Apresenta o essencial (o Cfristo e a Magia Sexual, ou os Três Fatores de Resolução da Consciência), mas usa as formas e os elementos dos sistemas anteriores. Sua doutrina não teria sentido se não fossem as outras. A ideia de separação é um equívoco conceitual apresentado por alguns de seus seguidores, por aqueles que preferiram “seguir Samael” e não os seus ensinamentos, contrariando inclusive o que ele próprio ensinou.

  6. Voltando à sua pergunta: AZT e AZF são exatamente a mesma coisa, em essência. Na forma são diferentes. E a forma do AZT é complexa. Nós apresentamos em um parágrafo, mas a que custo? Quanto tempo de estudo e análise foi necessário para chegar à essa compreensão? Parece simples agora que pode ser lido em alguns poucos segundos, no entanto exigiu uma boa dose de dedicação. Dedicação que os sabichões do espiritualismo nova era pós-samaeliano nunca quiseram dar a Papus, provavelmente porque tinham medo de sequer tocar em seus livros, já que pensavam estar cometendo um sacrilégio ou adquirindo algum carma. Esta é a primeira vez que você vê a explicação dada por Samael Aun Weor do que significa Arcano AZF, certo? E posso imaginar que seja também a primeira vez que vê a relação entre Arcano AZF e Arcano AZT, certo? E faz 61 anos que a carta foi escrita! 61 anos!

    A obra de Samael Aun Weor foi escrita para comunicar os Mistérios Gnósticos de forma clara, simples, objetiva e direta, e com tudo isso ser acessível. Ela mal exige que as pessoas saibam ler para aprenderem estes Mistérios. O papel do Mestre foi cumprido como deveria ser, com maestria. Se os seus discípulos não fizeram bem o trabalho que deveriam ter feito, aí já é problema deles. Se eles se preocuparam mais com dinheiro, poder, sexo e prestígio, essa não é a nossa preocupação. Nosso trabalho está sendo feito, quem quiser aproveitar, pois que aproveite.

  7. MarianaMF

    Agora, olhando visualmente a palavra AZF, artisticamente, visualmente, ela fica mais adequada à nossa cultura. O “Z” assume a forma de raio ou serpente, entre Água e Fogo, Mulher e Homem. Acho que visualmente a palavra atinge uma síntese na nossa cultura, da mesma forma que AZT atingia no idioma original. Entendi que o MSAW fez uma “opção de tradutor”, mantendo a poesia e a visualidade da palavra em detrimento da tradução literal… como acontece com os tradutores de poesia estrangeira para a língua materna.

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