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Ressurreição e Reencarnação

Os seres que se amam podem fazer−se imortais como os Deuses. Ditoso aquele que já pode comer os frutos deliciosos da árvore da vida. Sabei amados, que no Éden existem duas árvores deliciosas que até compartilham suas raízes. Uma é a árvore do conhecimento. A outra é a árvore da vida. A primeira te dá a sabedoria e a segunda te faz imortal.

Todo aquele que trabalhou na grande obra tem direito a comer dos frutos saborosos da árvore da vida. Realmente, o amor é o sumo da sabedoria.

Os homens e as mulheres que percorrem a senda do matrimônio perfeito ganham, afinal, a dita de entrar no Nirvana, que é o esquecimento do mundo e dos homens para sempre. É impossível descrever a dita do nirvana. Lá, toda lágrima desaparece para sempre. Lá, a alma desprovida dos quatro corpos de pecado, submerge−se na dita infinita da música das esferas. O nirvana é o sagrado espaço estrelado.

Os Mestres de Compaixão, comovidos pela dor humana, renunciam à grande dita do Nirvana e resolvem ficar conosco para ajudar−nos neste vale de grande amargura.

Todo matrimônio perfeito leva inevitavelmente ao adeptado. Todo adepto pode renunciar ao nirvana por amor à grande órfã. Quando um adepto renuncia à dita suprema do nirvana, pode pedir o elixir da longa vida. Os ditosos que recebem o elixir maravilhoso, morrem, mas não morrem. Ao terceiro dia são levantados. Isto já o demonstrou o Adorável. O adepto vem no terceiro dia ante o sepulcro, acompanhado das santas mulheres, que trazem drogas e ungüentos aromáticos. Acompanham também o adepto os anjos da morte e algumas outras hierarquias inefáveis.

O adepto clama com grande voz invocando seu corpo físico que dorme no santo sepulcro. O corpo é então levantado e pode escapar do sepulcro, aproveitando a existência do hiperespaço. Nos mundos superiores o corpo físico é tratado pelas santas mulheres com drogas e ungüentos aromáticos. Depois que o corpo voltar à vida, obedecendo a ordens supremas, penetra pela cabeça sideral da alma mestre. Assim é como esta torna a ficar de posse de seu corpo glorificado. Este é o preciosíssimo presente de Cupido.

Todo corpo ressurrecto vive normalmente dentro dos mundos superiores. Outrossim, devemos esclarecer que os mestres ressuscitados podem fazer−se visíveis e tangíveis em qualquer lugar e depois desaparecer instantaneamente. Vem−nos à memória o grande Mestre Conde Cagliostro, que cumpriu uma grande missão política na Europa e assombrou a humanidade inteira. Este grande mestre foi realmente quem provocou a queda dos reis da Europa. No fundo, deve−se a ele a república. Cagliostro viveu no tempo do adorável Jesus Cristo; foi amigo pessoal de Cleópatra; trabalhou para Catarina de Medicis. Foi conhecido durante vários séculos na Europa, tendo usado diferentes nomes tais como: Conde Cagliostro, José Bálsamo, etc.

Ainda vive na Índia o Imortal Babaji, o Cristo Iogue da Índia, mestre que foi o instrutor dos grandes mestres, que viveram na noite aterradora dos séculos. Este sublime ancião, no entanto, parece um jovenzinho de vinte e cinco anos. Também devemos recordar o conde Zanoni, jovem apesar dos milhares de anos. Infelizmente este sábio caldeu fracassou inteiramente ao se enamorar por uma artista de Nápoles. Ao unir−se a ela, cometeu o erro de derramar o Vaso de Hermes. O resultado foi horrível. Zanoni morreu na guilhotina durante a Revolução Francesa.

Os Mestres Ressurrectos viajam de um lugar para outro utilizando o hiperespaço. Este pode ser demonstrado pela Hipergeometria. A astrofísica descobrirá logo a existência do hiperespaço.

Algumas vezes, os Mestres Ressurrectos, depois de haverem cumprido a sua missão em algum país, se dão ao luxo de se passarem por mortos. Mas ao terceiro dia repetem a sua ressurreição e vão trabalhar em outro país com nome diferente. Foi assim que Cagliostro, dois anos depois de morto, apresentou−se em outras cidades para continuar sua obra usando nome distinto.

O Matrimônio Perfeito converte−nos em Deuses. Sublime é a dita do amor. Realmente só o amor nos confere a imortalidade. Bendito seja o amor. Benditos sejam os seres que se adoram.

Ressurreição e Reencarnação

Muitos estudantes de ocultismo confundem a ressurreição com a reencarnação. Os evangelhos têm sido muito mal interpretados pelos estudantes ocultistas. Assim como há vários tipos de ressurreição, assim também há vários tipos de reencarnação. Isso é o que vamos esclarecer neste capítulo.

Todo verdadeiro adepto possui um corpo de paraíso. Corpo este que é de carne e osso. Mas esta carne não vem de Adão. O corpo de paraíso é elaborado com os melhores átomos do organismo físico.

Muitos adeptos ressuscitam com este corpo de paraíso nos mundos superiores depois da morte. Com este corpo de paraíso esses Mestres Ressurresctos podem visitar o mundo físico, fazendo−se visíveis e tangíveis à vontade.

Este é um tipo de ressurreição inefável. No entanto afirmamos que a ressurreição com o corpo mortal de Adão, ainda que seja mais dolorosa pelo regresso a este vale de amargura, não deixa de ser, por isso mesmo, mais gloriosa. Todos os adeptos da senda secreta, que constituem a muralha guardiã, ressuscitaram com o corpo de Adão.

Também existem as ressurreições iniciáticas. A terceira iniciação de fogo significa uma ressurreição no mundo astral. Todo aquele que passa pela terceira iniciação do fogo deve viver no mundo astral o drama do Cristo: vida, paixão, morte e ressurreição.

Reencarnação

Ressurreição não é reencarnação como acreditam muitos pseudo−ocultistas equivocados. Há vários tipos de reencarnação e vários tipos de ressurreição.

Alguns adeptos podem reencarnar−se em corpos de pessoas adultas, sem necessidade, portanto, de entrar em uma matriz. Isso sucede quando um adepto tem muita urgência para realizar uma grande obra.

Um caso concreto é o do grande lama Lobsang Rampa. Referido adepto estava fazendo um certo trabalho e não podia interrompê−lo. A humanidade, cruel e impiedosa, havia danificado o seu instrumento, e o único remédio que ele encontrou para não interromper seu trabalho, foi encarnar−se no corpo de um inglês. Este estava completamente desencantado com sua própria existência e queria morrer. Sua vida em Londres havia sido medíocre e dolorosa. Os adeptos do Tibet visitaram−no e com ele negociaram seu corpo. O inglês aceitou e entregou seu corpo ao adepto Lobsang Rampa. O inglês morreu voluntariamente, desencarnou em plena consciência gozosa por ter entregue seu corpo a um adepto do Tibet.

Grande foi o esforço que teve que fazer Lobsang Rampa para aprender depois a manejar o corpo do inglês. Atualmente o grande lama está trabalhando com o dito veículo. O ego desencarnado libertou−se da pesada carga de uma vida medíocre e a Loja Branca perdoou seu Karma. Lobsang Rampa é agora um homem inglês.

Na realidade, este tipo de reencarnação é como mudar de roupa à vontade e em plena consciência. Uma das coisas mais importantes deste tipo de reencarnação especial é a troca de moléculas. O adepto Lobsang Rampa foi atraindo para seu novo corpo inglês cada uma das moléculas do seu cadáver tibetano. O adepto teve que tele−transportar as moléculas inglesas para o Tibet e as moléculas tibetanas para o corpo inglês. Assim, depois de certo tempo, todas as moléculas do corpo inglês eram tibetanas.

Este trabalho é dificílimo. Mais interessante foi que cada uma das cicatrizes do corpo tibetano vieram a ficar em seu novo corpo inglês. Lobsang Rampa continuou sua missão sem interrupção em seu novo veículo inglês. O trabalho para aprender a manejar o corpo inglês foi imenso, mas Lobsang Rampa, com infinita paciência, o conseguiu. Este tipo de reencarnação é para Adeptos.

Retorno da Personalidade

A personalidade é tempo. A personalidade vive em seu tempo e não se reencarna. Depois da morte a personalidade vai também para o sepulcro. Para a personalidade não existe nenhum amanhã. A personalidade vive no cemitério, perambula pelo cemitério ou submerge−se em sua sepultura. A personalidade não é o corpo astral, nem o duplo etérico. Ela não é a alma. Ela é tempo. Ela é energética e vai desintegrando−se muito lentamente. Jamais a personalidade pode reencarnar−se. Ela não se encarna nunca. Não existe nenhum amanhã para a personalidade humana.

O que continua, aquilo que se reencarna, não é tampouco a alma, porque o ser humano ainda não possui alma. Realmente, o que se reencarna é o ego, o eu, o princípio reencarnante, o fantasma do morto, a recordação, a memória, o erro que se perpetua.

Tempo de Vida

A unidade de vida em qualquer criatura vivente equivale a cada pulsação de seu coração. Todo ser vivo tem um período de tempo definido. A vida de um planeta é de 2.700.000.000 de pulsações. Este número de pulsações corresponde à formiga, ao verme, à águia, ao micróbio, ao homem e, em geral, a todas as criaturas. O tempo de vida de cada mundo e de cada criatura é proporcionalmente o mesmo. É claro que a pulsação de um mundo se realiza a cada 27.000 anos, e no entanto os corações dos insetos batem mais rápido. Um inseto que só vive uma tarde de verão teve em seu coração o mesmo número de pulsações de um planeta, só que essas pulsações foram mais rápidas.

O tempo não é uma linha reta, como supõem os ignorantes ilustrados. O tempo é uma curva fechada. Eternidade é outra coisa. A eternidade nada tem que ver com o tempo. Aquilo que está mais além da eternidade e do tempo só o conhecem os grandes adeptos iluminados, os mestres da humanidade.

Existem três dimensões conhecidas e três dimensões desconhecidas, que constituem no total seis dimensões fundamentais.

As três dimensões conhecidas são: comprimento, altura e largura. As três dimensões desconhecidas são: tempo, eternidade e aquilo que está além do tempo e da eternidade. Esta é a espiral de seis curvas.

O tempo pertence à quarta dimensão. A eternidade, à quinta dimensão. E à sexta dimensão, aquilo que está além da eternidade e do tempo.

A personalidade vive numa curva de tempo fechada, é filha de seu tempo e termina com seu tempo. O tempo não pode reencarnar−se. Não existe nenhum amanhã para a personalidade humana.

O círculo do tempo gira dentro do círculo da eternidade. Na eternidade não há tempo mas o tempo gira dentro do círculo da eternidade. A serpente morde sempre sua cauda. Termina um tempo e uma personalidade. Mas ao girar a roda aparece sobre a terra um novo tempo e, uma nova personalidade. Reencarna−se o ego e tudo se repete. As últimas realizações, sentimentos, preocupações, afetos, palavras, originam todas as sensações sexuais e todo drama amoroso que dá origem a um novo corpo físico. Todos os romances dos esposos e dos namorados se acham relacionados com os últimos instantes dos agonizantes. “A senda da vida está formada pelas pegadas dos cascos do cavalo da morte”. Com a morte fecha−se o tempo e a eternidade se abre. O círculo da eternidade primeiro se abre e depois se fecha quando o ego regressa do círculo do tempo.

Recorrência

Os Iniciados da Quarta Via denominam de “recorrência” a repetição de fatos, cenas e acontecimentos.

Tudo se repete. A lei da recorrência é uma tremenda realidade. Em cada reencarnação repetem−se os mesmos sucessos. A repetição de fatos vai acompanhada do seu karma correspondente. Esta é a que ajusta os efeitos às causas que os originaram. Toda repetição de fatos traz karma e, algumas vezes, dharma (recompensa).

Os que trabalham com o grande arcano, os que percorrem a senda apertada, estreita e difícil do matrimônio perfeito, vão se libertando pouco a pouco da lei de recorrência. Esta lei terá um limite. E além desse limite nos convertemos em anjos ou em diabos. Através da magia sexual branca nos convertemos em anjos. Com a magia sexual negra nos convertemos em diabos.

A Questão da Personalidade

Esta questão da personalidade, filha de seu tempo e que morre com seu tempo, é algo digno de nossa atenção. É sobremaneira evidente que se a personalidade se reencarnasse, reencarnar−se−ia o tempo, o que seria um absurdo, porque o tempo é uma curva fechada. Exemplificando: se um homem romano reencarnasse com sua humana personalidade nos tempos atuais numa cidade como Paris, seria algo insuportável e mesmo ridículo; com toda certeza seria tratado como um delinqüente e seria encarcerado, uma vez que seus costumes da velha Roma estariam, de fato, fora de seu tempo. Portanto, o que se reencarna é, pois, o ego e não a personalidade. Retorno e reencarnação do ego é, exatamente, neste caso, a mesma coisa. Não vemos a necessidade de trocar a palavra reencarnação por retorno quando se estuda a fundo a questão da personalidade. Em última análise tudo isso é a mesma coisa.

Reencarnações Animais Sub−Humanas

A simbologia de Jesus expulsando os mercadores do templo com o látego na mão corresponde a uma tremenda realidade de morte e de horror. Já dissemos que o eu é pluralizado, o ego, é legião de diabos. Certamente a muitos leitores desagradará esta afirmação, mas esta é a verdade e temos que dizê−la ainda que nos custe muito.

Durante o trabalho com o demônio, durante o trabalho de dissolução do ego, partes do eu, entidades sub−humanas, entidades que possuem parte de nossa consciência e de nossa vida, são eliminadas, lançadas fora do nosso templo interior. Algumas vezes estas entidades se reencarnam em corpos animais. Quantas vezes haverá acontecido que em jardins zoológicos tenhamos nos encontrado com formas desgarradas de nós mesmos, vivendo em corpos animais?!

Há pessoas tão animalescas que se tirássemos delas tudo o que possuem de animal, realmente não sobraria nada. Essa classe de gente é um caso totalmente perdido. A lei de recorrência terminou para essa gente e a lei de reencarnação também acabou para essa espécie de gente. Pode reencarnar em corpos animais, ou entrar no abismo definitivamente, onde irão se desintegrar lentamente.

Vantagens da Ressurreição

Quem renuncia ao nirvana por amor à humanidade pode conservar seu corpo físico durante milhões de anos. Sem ressurreição o adepto ver−se−ia na contingência de ter que mudar de corpo constantemente. E isto seria uma evidente desvantagem. Por meio da ressurreição o adepto não tem necessidade de mudar de corpo, podendo conservar seu veículo por milhões de anos.

O corpo de um Adepto Ressurrecto transforma−se totalmente. A alma metida dentro do corpo transforma−o inteiramente, convertendo−o também em alma, sendo que afinal o adepto é todo alma.

Um corpo ressurrecto tem sua base nos mundos internos. Vive nos mundos internos e só se faz visível no mundo físico por meio da vontade. Assim, um Mestre Ressurrecto pode aparecer e desaparecer instantaneamente onde quiser e ninguém consegue apreendê−lo ou encarcerá−lo. E pode viajar no plano astral para onde desejar.

Para o Adepto Ressurrecto o que há de mais interessante é o grande salto. Quando é chegada a hora o Mestre Ressurrecto pode levar seu corpo para outro planeta, podendo, portanto, o Mestre Ressurrecto viver em outro planeta com seu corpo ressurrecto, e isso representa uma das grandes vantagens.

Todo Adepto Ressurrecto pode fazer visível e tangível as coisas do astral, passando−as para o plano físico, e isso se explica porque o Mestre tem seu assento básico no astral, ainda que possa manifestar−se fisicamente. Cagliostro, o enigmático Conde Cagliostro, depois da sua saída da Bastilha, tendo convidado alguns amigos para um banquete, e lá, em plena festa, invocou a vários gênios falecidos, os quais sentaram−se à mesa ante o espanto geral dos convidados. Em outra ocasião, Cagliostro fez aparecer, como por encanto, uma preciosa baixela de ouro na qual comeram os seus convidados. O poderoso Conde Cagliostro transmutava chumbo em ouro e fazia diamantes puros da melhor qualidade, mediante a vivificação do carbono.

Os poderes de todo Mestre Ressurrecto são uma autêntica vantagem. Um grande amigo, Adepto Ressurrecto que vive atualmente na Grande Tartária, disse−me o seguinte: “Antes de tragar terra a gente é muito estúpido; pensamos que sabemos mas nada sabemos”.

Também informou: “Os Mestres caem pelo sexo”. E isso nos recorda o conde Zanoni, o qual caiu quando ejaculou o sêmen. Zanoni, que era um mestre ressurreto, enamorou−se de uma artista de Nápoles e caiu. Zanoni morreu na guilhotina durante a Revolução Francesa.

Quem quiser chegar à ressurreição terá que seguir a senda do matrimônio perfeito. Não existe outro caminho. Somente com a magia sexual pode−se chegar à ressurreição. Só com a magia sexual nos libertamos da roda das reencarnações de forma positiva e transcendental.

A Perda da Alma

Em capítulos precedentes já dissemos que o ser humano ainda não encarnou sua alma. Somente com a magia sexual podemos engendrar os veículos internos, os quais, à semelhança das plantas, dormem latentes dentro da dureza do grão, da semente, a qual se encontra depositada no sistema seminal. Só quando o ser humano possui os veículos crísticos pode encarnar sua alma.

Quem não trabalha com o grão, quem não pratica magia sexual não consegue fazer germinar seus corpos crísticos. Quem não possui corpos crísticos, tampouco pode encarnar sua alma. Perde sua alma, e em conseqüência, submerge−se no abismo, onde vai se desintegrando lentamente.

Jesus, o grande mestre disse: “De que vale o homem ganhar o mundo se vier a perder a sua alma?” Perde sua alma quem não a encarna. Não a encarna quem não tem veículos crísticos. Não tem veículos crísticos quem não trabalha com o grão. Não trabalha com o grão quem não pratica magia sexual. A ressurreição dos mortos só é para os homens com alma.

Realmente os homens com alma são verdadeiramente homens no sentido completo da palavra. Somente os homens verdadeiros podem alcançar a grande ressurreição. Só os homens com alma conseguem suportar as provas funerais do arcano treze. Estas provas são mais espantosas que a própria morte.

Os que não possuem alma são esboços de homens, fantasmas de morte. Isso é tudo. Os veículos dos homens sem alma são veículos de fantasmas, não são os autênticos veículos do fogo. Na realidade, os homens sem alma não são verdadeiros homens.

Atualmente o ser humano é ainda um ser não realizado. Pouquíssimos são aqueles que possuem alma. Em sua grande maioria os seres chamados humanos ainda não tem alma. De que servirá ao homem acumular todas as riquezas do mundo, se vier um dia perder sua alma?

A ressurreição dos mortos só é para os homens com alma. A verdadeira imortalidade é só para os homens com alma.

Amor e Morte

Para muitos leitores parecerá estranho o fato de relacionarmos o amor com a morte e a ressurreição. Na mitologia hindu o amor e a morte são as duas faces de u’a mesma deidade. Shiva, o deus da força criadora sexual universal, é, ao mesmo tempo, o deus da morte violenta e da destruição.

A esposa de Shiva tem também duas faces. Ela é Parvati e Kali ao mesmo tempo. Como Parvati é suprema beleza, amor e felicidade. Como Kali ou Durga, pode converter−se em morte, desgraça e amargura. Shiva e Kali juntos simbolizam a árvore do conhecimento, a árvore da ciência do bem e do mal. O amor e a morte são irmãos gêmeos que nunca se separam. A senda da vida é formada com as pegadas do cavalo da morte.

O erro de muitas escolas e cultos consiste em serem unilaterais. Estudam a morte, mas não querem estudar o amor, quando em realidade estas são as duas faces da deidade.

As inúmeras doutrinas do oriente e do ocidente acreditam realmente conhecer o amor, mas, de fato, não o conhecem. O amor é um fenômeno cósmico, em que toda a história da terra e de suas Raças são simples acidentes.

O amor é a força magnética misteriosa e oculta que o alquimista necessita para fabricar a pedra filosofal e o elixir da longa vida, sem o qual a ressurreição se torna impossível. O amor é uma força que o eu jamais pode subordinar porque Satã jamais pode subjugar a Deus.

Os ignorantes ilustrados estão equivocados a respeito da origem do amor. Os tolos equivocam−se sobre o seu resultado. É estúpida a suposição de que o único objetivo do amor seja a reprodução da espécie, quando, na realidade, o amor desenvolve−se e progride em um plano muito distinto que os porcos do materialismo ignoram totalmente. Só uma força infinitesimal do amor serve para a perpetuação da espécie.

O que se faz com o restante desta força? Aonde vai? Onde se desenvolve? Eis o que ignoram completamente os ignorantes ilustrados. O amor é energia e como tal não se perde; o excedente desta energia tem outros usos e finalidades que as pessoas ignoram. A energia excedente do amor está intimamente relacionada com o pensamento, com o sentimento e com a vontade. Sem a energia sexual não poderiam se desenvolver essas faculdades. A energia criadora transforma−se em beleza, pensamentos, sentimentos, harmonia, poesia, arte, sabedoria, etc. A suprema transformação da energia criadora dá como resultado o despertar da consciência, a morte e a ressurreição do iniciado.

Realmente toda a atividade criadora da humanidade resulta da força maravilhosa do amor. O amor é a força maravilhosa que desperta os poderes místicos do homem. Sem o amor, a ressurreição dos mortos torna−se impossível.

É de suma urgência abrir novamente os templos do amor a fim de celebrar de novo as festas místicas do amor. A serpente de fogo somente desperta com os encantos do amor. Se quisermos a ressurreição dos mortos, necessitamos primeiramente ser devorados pela serpente. Nada vale quem não foi tragado pela serpente. Se quisermos que o Verbo se faça carne em nós, necessitamos praticar magia sexual intensamente. O verbo está no sexo. O lingam−yoni é a base de todo poder.

Precisamos primeiro levantar a serpente sobre a vara e depois ser tragados pela serpente. Desse modo nos convertemos em serpentes. Na Índia os adeptos são chamados nagas, serpentes. Em Teotihuacan, México, existe o templo maravilhoso das serpentes. Só as serpentes de fogo podem ressuscitar dentre os mortos.

Um habitante do mundo bidimensional, com sua psicologia bidimensional, creria que todos os fenômenos ocorridos em seu plano teriam ali sua causa e o seu efeito, seu nascimento e sua morte. Os fenômenos semelhantes seriam, para esses seres, idênticos.

Todos os fenômenos que viessem da terceira dimensão seriam tomados, por esses seres bidimensionais, como fatos únicos de seu mundo bidimensional e não aceitariam sequer que se lhes falasse de uma terceira dimensão porque para eles só existe seu mundo plano (bidimensional). No entanto, se esses seres planos resolvessem abandonar sua psicologia bidimensional para compreender a fundo as causas de todos os fenômenos de seu mundo, poderiam, então, sair dele e descobrir com assombro um grande mundo desconhecido: o mundo tridimensional.

O mesmo sucede com a questão do amor. Em geral as pessoas acreditam que o amor é para perpetuar a espécie. As pessoas acreditam que o amor é vulgar, é prazer carnal, desejo violento, satisfação, etc.

Só aquele que é capaz de ver além das paixões animais, só aquele que renuncia a esse tipo de psicologia animal, pode descobrir em outros mundos e dimensões a grandeza e a majestade disso que se chama amor.

A humanidade dorme profundamente. A gente vive adormecida e sonha com o amor, porém não despertou para o amor. A gente canta ao amor, e crê que o amor seja isso com que sonha.

Quando o homem desperta para o amor, fazendo−se consciente do amor, então reconhece que estava sonhando. Então, somente então, descobre o verdadeiro significado do amor. Descobre, então, o que é isso no qual sonhava. Somente então virá a saber o que é isso que se chama amor.

Esse despertar é semelhante ao do homem que, estando em corpo astral, fora de seu corpo físico, vem a ter quando desperta a consciência. A gente no astral anda sonhando. Quando alguém verifica que está sonhando, diz: “Isso é um sonho! Estou sonhando, estou em corpo astral, estou fora do corpo físico”, o sonho desaparece como por encanto, e então o indivíduo fica desperto no mundo astral. Um mundo novo e maravilhoso surge ante aquele que antes estava sonhando, pois sua consciência despertou. Agora pode conhecer todas as maravilhas da natureza.

Assim é também o despertar do amor. Antes desse despertar, sonhamos com o amor. Tomamos esses sonhos como realidade, e acreditamos mesmo que estamos amando, vivemos num mundo de paixões e de romances às vezes deliciosos, de desilusões, de vãos juramentos, de desejos carnais, de ciúmes, etc. e acreditamos que isso seja amor. Estamos sonhando e, no entanto, não o percebemos.

A ressurreição dos mortos é impossível sem o amor, porque o amor e a morte são as duas faces de uma mesma deidade. É necessário despertar o amor para lograr a ressurreição. É mister renunciar à nossa psicologia tridimensional e aos fatos grosseiros para descobrir o significado do amor nas quarta, quinta e sexta dimensões.

O amor vem das dimensões superiores. Quem não renunciar à sua psicologia tridimensional, jamais descobrirá o verdadeiro significado do amor, porque o amor não tem a sua origem no mundo tridimensional. O ser bidimensional, se não renunciasse à sua psicologia bidimensional, acreditaria apenas que a única realidade do universo seriam as linhas, as mudanças de cor, das linhas de um plano, etc.

Um ser bidimensional ignoraria que as linhas e a mudança de cor em certas linhas poderiam ser o resultado do girar de uma roda de raios multicoloridos, talvez uma carruagem. O ser bidimensional ignoraria a existência de tal carruagem e, com sua psicologia bidimensional, não creria em tal carruagem, e só acreditaria nas linhas e nas mudanças de cores vistas em seu mundo, sem saber que estas são unicamente efeitos de causas superiores.

Assim são também aqueles que acreditam que o amor seja unicamente deste mundo tridimensional e que só aceitam os fatos grosseiros como o único e verdadeiro significado do amor. Pessoas assim não podem descobrir o significado do verdadeiro amor. Gente assim não pode ser devorada pela serpente de fogo, e tampouco pode ressuscitar dentre os mortos.

Todos os poetas, todos os namorados cantaram o amor, porém ninguém sabe realmente o que é isso que se chama amor. As pessoas só sonham com isso que se chama amor. As pessoas não despertaram o amor.

Capítulo 19 – A Iniciação Capítulo 21 – A Nona Esfera