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16 set 2010

Carl Gustav Jung

Primeiro psicólogo moderno a afirmar a que a psicologia humana é religiosa por natureza, o psiquiatra suiço Carl Gustav Jung foi fundador da psicologia analítica e promotor do resgate dos clássicos do Gnosticismo Antigo. Um dos pioneiros na expliração dos sonhos, Jung dedicou seus estudos a temas variados, como a Alquimia, a Astrologia, a Filosofia Oriental, a Literatura e as Artes.

Seu interesse pela psiquiatria teve origem no estudo das psicoses como doenças da personalidade. Para Jung, esta foi uma grande oportunidade de unir dois campos de estudo de seu interesse: a biologia e a espiritualidade. Tanto que, após sua graduação em medicina pela Universidade de Basel, publicou um trabalho intitulado Sobre a Psicologia e a Patologia dos Chamados Fenômenos Ocultos.

Mais tarde Jung conheceu Sigmund Freud, pai da psicanálise e pioneiro no estudo do inconsciente humano, e o relacionamento dos dois extendeu-se por alguns anos. A cooperação entre estas duas grandes mentes ocidentais, bem como sua amizade, chegou ao fim em 1912, com a publicação da obra Psicologia do Insconsciente, na qual Jung apresenta conceitos divergentes daqueles presentes na teoria freudiana.

Ao longo de seu trabalho clínico, Jung compreendeu a existência de um propósito espiritual para a vida do ser humano, que se extendia para mais além das conquistas materiais. A tarefa de todo indivíduo seria descobrir e realizar seu potencial espiritual inato através de uma jornada de transformação que Jung descobriu ser parte integrante e fundamental de todas as religiões. Esta jornada foi chamada de Individuação.

Ao contrário de Freud, Jung mantinha a religiosidade e a espiritualidade em alta estima, creditando a elas um papel fundamental na aquisição de bem-estar integral. Ao contrário de seu antigo amigo, colega e mentor, que se detivera na estereotipação da religião judaica, Jung dedicou longos estudos às antigas tradições místicas, tal como o Cristianismo, o Hinduísmo, o Budismo, o Taoismo e o Gnosticismo.

Jung possuía um interesse muito especial pelo Gnosticismo. Em um de seus livros mais enigmáticos, Os Sete Sermões aos Mortos, usa uma linguagem arquetípica fundamentada nos mitos gnósticos. Neste breve tratado místico, Jung adota a identidade de Basílides, um dos expoentes do Gnosticismo Clássico, e posiciona a divindade gnóstica Abraxas como o maior entre todos os deuses.

Até mesmo nos eventos que envolveram a recuperação dos livros da Biblioteca de Nag Hammadi, Jung teve participação decisiva, ainda que indireta. Um dos livros que formam esta preciosa coleção estava sendo negociado por mercadores de antiguidades. Gilles Quispel, amigo de Jung, acabou adquirindo o livro em nome do Instituto Jung de Zurique, com o intuito de presenteá-lo. Por este motivo, esta parte da Biblioteca de Nag Hammadi é conhecida como Codex Jung.

Entre seus trabalhos mais controversos figura o livro Psicologia e Alquimia, onde analisa a simbologia alquímica com o intuito de demonstrar sua íntima e profunda relação com o processo analítico. Para Jung, a alquimia é uma metáfora para o processo de Individuação, e através desta arte somos capazes de transformar as impurezas da alma (chumbo) em uma alma perfeita (ouro).

4 Respostas

  1. Paulo Sérgio

    Giordano,

    Muito bem apresentado este tema sobre Jung, temas assim para além de ser didáticos alcançam uma dimensão mais evolutiva, contribuindo para uma maior consciência dos fenómenos parapsicológicos, ultrapassando a mera catalogação de fichas enciclopédicas.

    Abraço fraterno
    Paulo Sérgio

  2. Muito obrigado Giordano, por ter atendido meu pedido… o estudo sobre a psicologia junguiana na perspectiva gnóstica é um dharma sem limites, a reflexão sobre suas descobertas e pontos de vista que são bem gnósticas e universalistas pode alavancar em muito o processo de individuação, auto-realização, maestria… Grato!

  3. nousvate

    Jung afastou-se de Freud em 1912, após um período de introspecção, quando percebeu que suas ideias diferiam bastante das de seus colegas.

    Mais uma vez, conforme havia acontecido com Adler, a divergência reside na importância relativa do impulso sexual e da libido.

    Com o passar do tempo, Jung desenvolveu uma abordagem quase mística na psicanálise e na psicologia em geral, em contraste com o realismo social de Adler.

    Ele acredita que a libido ou energia psíquica é, na realidade, a manifestação de uma espécie de “vontade de viver”, um “élemento vital” inato aos seres vivos.

    Esse poder básico motivaria a vida na terra e os impulsos sexuais seriam apenas uma parte dele.

    O bloqueio, a repressão ou a frustração da libido segundo a visão destes senhores levaria exatamente ao tipo de conflito que induziria à neurose.

    Isso demonstra que Freud, Adler e Jung concordam quando ao essencial da teoria psicanalítica, embora discordem em relação aos detalhes.

    uma visão revolucionaria estaria se erguindo nesta época por samaael, estudada de forma ampla pela gnosis moderna:”que a fonde da vida esta no sexo”

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