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Movimento Gnóstico

Em meio à agonia social, religiosa e política do século passado, o mundo assistiu ao ressurgimento do Gnosticismo sob uma forma simples, objetiva, clara e acessível para toda a humanidade. O retorno da espiritualidade dos antigos gnósticos aconteceu na aurora da década de 1950, quando o místico colombiano Samael Aun Weor iniciou a formação de um pequeno grupo de estudantes e praticantes do esoterismo gnóstico.

Ao longo de três décadas este grupo atraiu milhares de pessoas, multiplicou-se em centenas de grupos e se converteu no Movimento Gnóstico, uma das mais poderosas correntes de pensamento esotérico da atualidade. Estudada por milhões de adeptos espalhados por todos os continentes em Santuários, Grupos e Lumisiais Gnósticos, a filosofia prática dos antigos gnósticos foi condensada em dezenas de livros que se encontram traduzidos para as principais línguas do mundo.

Foi em terras sul-americanas que Samael Aun Weor, então um jovem e audacioso investigador dos Mistérios Gnósticos, absorveu os fundamentos básicos do espiritualismo, do rosacrucianismo e da teosofia. Estas eram as mais poderosas e completas doutrinas esotéricas do século passado, fundadas por autênticos sábios e adeptos da Sabedoria Oculta.

Ao aplicar na prática e em si mesmo os princípios destas mesmas doutrinas, o jovem Samael Aun Weor despertou as suas faculdades internas, e decidiu abandonar a estagnação que marcava as escolas e os professores daqueles tempos. A partir de então passou a se dedicar à formação de núcleos de estudo e prática da Gnosis, os chamados Santuários Gnósticos.

Este trabalho foi sendo acompanhado pela publicação e pela distribuição de uma série de mensagens, livros e folhetos, sendo o primeiro deles a obra O Matrimônio Perfeito, que trouxe à público as chaves até então secretas da Alta Iniciação, dando início à uma verdadeira revolução espiritual em pleno solo colombiano.

Seus escritos simples e sintéticos traziam aos leitores de todos os níveis intelectuais aqueles mesmos fundamentos práticos de ciências ocultas, esotéricas e herméticas que até então haviam sido expostas com grande profundidade e amplitude teórica pelos mestres do passado, mas que estavam sendo tão pouco aplicadas por seus discípulos.

Contendo uma mensagem simples, objetiva e contundente, as obras de Samael Aun Weor ofereciam os recursos necessários para que toda pessoa se visse livre da dependência dos personalismos, dos autoritarismos e do comércio de almas que marcavam a maioria das escolas esotéricas de então. Enfim, o caminho secreto era revelado e as portas para a autêntica Iniciação eram mais uma vez abertas a todos.

Ao longo dos meses e anos seguintes foram sendo publicadas novas obras de alto valor esotérico. Gradualmente iam sendo revelados aspectos cada vez mais amplos e detalhados da proposta gnóstica daquele arrojado mensageiro da Luz Invisível, trazendo às claras o caminho que a Grande Loja Branca havia reservado para a humanidade de nossos tempos.

O cenário para o surgimento dos primeiros Santuários Gnósticos foi a região setentrional da Colômbia, entre a planície costeira do Caribe e os altos picos da Serra Nevada de Santa Marta colombiana. Centenas e até milhares de estudantes se reuniam em diferentes localidades para formar centros esotéricos gnósticos e estudar a Gnosis, à luz da obra de Samael Aun Weor.

Aquela foi uma época de muita dificuldade e sofrimento para o Mestre, sua família e seus discípulos. Assim como aconteceu aos gnósticos de todos os tempos, seus esforços pela liberação das consciências foram premiados com perseguições, escárnio e censuras. Estas chegaram a ser tão intensas que acabaram precipitando para o ano de 1955 a jornada missional do Mestre e sua família que deveria acontecer apenas em 1962 pela América Central em direção ao México.

Antes disso, porém, no ano de 1952, começou a ser estabelecido o Sumum Supremum Sanctuarium da Serra Nevada de Santa Marta. Inicialmente formado apenas por uma pequena e humilde casa para o Mestre, sua esposa e filhos, além de uma sala de conferências e um Santuário, o Sumum Supremum Sanctuarium se converteria em pouco tempo num poderoso Templo de Mistérios Maiores, e mais tarde num dos grandes centros de formação de Professores Gnósticos.

Estabelecido oficialmente em 1954 na Colômbia e com a frutuosa viagem missional de Samael Aun Weor iniciada em 1955, em pouco tempo o Movimento Gnóstico se espalhou por todo território onde outrora floresceram poderosas culturas pré-colombianas, passando por Panamá, Costa Rica, Honduras, El Salvador e Guatemala, até chegar ao México, e dali conquistar todo o continente americano.

Na segunda metade da década de 1950, enquanto trabalhava em conjunto com os irmãos gnósticos colombianos para desenvolver internacionalmente o Movimento Gnóstico, o visionário Samael Aun Weor realiza esforços para estabelecer alianças com os principais líderes religiosos e espiritualistas de sua época. Seus esforços para estabelecer um diálogo entre as tradições tinham como objetivo propagar o respeito a todas as formas religiosas e o reconhecimento do caráter sagrado da busca pelo encontro com a divindade.

É neste contexto que escreve e envia ao Papa Pio XII a sua chamada Epístola da Paz, na qual destaca a necessidade urgente de que as lideranças espirituais substituíssem o sistema de competição religiosa por um sistema de cooperação humana, capaz de impedir o avanço e a proliferação do materialismo ateísta.

Esta proposta de união acabou sendo mais bem recebida entre espiritualistas e esotéricos. No ano de 1958 foi selada uma aliança entre ocidente e oriente através das figuras do líder espiritual hindu Swami Sivananda Saraswati, autor de mais de duas centenas de livros sobre Yoga, filosofia Vedanta e assuntos relacionados, e do argentino Francisco A. Propato, esoterista, orientalista, humanista, escritor e fundador do ALAS, ou Ação Libertadora da América do Sul.

Desta aliança mística nasceu a AGLA, ou Ação Gnóstica Libertadora da Ameríndia, um poderoso movimento universal, cultural e intelectual que apoiava seus conhecimentos no tríplice caminho da ciência, da filosofia e da mística. Infelizmente pouco foi concretizado, pois as atividades da AGLA cessaram em 1963, com o desencarne dos citados Mestres.

É importante destacar que ao longo de todas as décadas deste gigantesco trabalho realizado por Samael Aun Weor, muitos foram os discípulos, amigos e companheiros que andaram ao seu lado e empreenderam esforços inestimáveis, sustentando e impulsionando a difusão dos ensinamentos gnósticos pelo mundo.

Sendo tantos, sintetizamos aqui este reconhecimento na figura de Arnolda Garro de Gómez, a Mestra Litelantes, sua esposa e colaboradora esotérica, Júlio Medina Vizcaíno, o Mestre Gargha Kuichines, apoiador, financiador e organizador do Movimento Gnóstico em nível mundial, e Joaquim Amortegui Valbuena, o Mestre Rabolú, grande exemplo de dedicação apostolar e missional. Estes três grandes Mestres inspiraram e continuam inspirando milhões de estudantes, pois não mediram esforços e dedicaram suas vidas a grande causa gnóstica.

Ainda nos anos de 1960, no exercício de seu papel crístico e social, Samael Aun Weor publica livros que apresentam ao público o pensamento social, político e econômico do Gnosticismo Contemporâneo. Em seu conjunto, esses ideais formam uma plataforma de ação prática para a organização social, política e econômica da futura Era de Aquário.

Estes ideais inspiraram a criação do Instituto de Caridade Universal, organização humanitária que se dedicou a aliviar as dores da humanidade, e também para a formação do POSCLA, sigla que em português significa Partido Trabalhador Social Cristão Latino-Americano, que defende o Socialismo Cristão como alternativa ao Capitalismo e ao Comunismo.

Nesta época a visão gnóstica de Samael Aun Weor já havia se estendido por toda a América Latina, chegando finalmente ao Brasil. Então são formados os primeiros núcleos de estudos e traduzidos e editados os primeiros livros em português. Contudo, será apenas na década de 1970, quando a sede nacional do Movimento Gnóstico é estabelecida em Curitiba, que a gnosis brasileira ganha verdadeira expressão, sendo difundida para um público maior através de um inovador sistema de monografias.

É ainda na década de 1970 que o Movimento Gnóstico se consolida definitivamente. Para complementar sua ação são criadas a instituição cultural AGEACAC, sigla que significa Associação Gnóstica de Estudos de Antropologia e Cultura, e também a organização eclesiástica Igreja Gnóstica Cristã Universal, cuja missão era estender os ensinamentos gnósticos pela via sacramental a um público de mentalidade mais religiosa e devocional.

Celebraram-se neste período importantes Congressos Gnósticos Internacionais, contando com a presença de milhares de estudantes provenientes de todo o mundo, além de Concílios dedicados a uniformização dos ritos praticados nos Lumisiais Gnósticos. Nestes momentos o Movimento Gnóstico ganha o impulso que necessitava para ultrapassar as fronteiras latino-americanas.

Ao longo desta década foram estabelecidos os primeiros grupos no Canadá e nos Estados Unidos, e em pouco tempo ocorreu a proliferação de uma extensa cadeia de Lumisiais Gnósticos pela Europa. Esta expansão em escala mundial fez com que Samael Aun Weor determinasse uma reformulação dos estatutos do Movimento Gnóstico, garantindo a autonomia dos Lumisiais Gnósticos, a coordenação nacional e internacional, e a escolha de seus representantes administrativos através do voto dos membros inscritos.

Realizou a separação entre Movimento Gnóstico e Igreja Gnóstica, pois a semelhança entre algumas de suas atividades e a incompreensão da distinção entre as suas finalidades estavam gerando confusão nos papéis e nas atribuições destas duas organizações. Esta separação era imprescindível para que ambas cumprissem seus papéis com liberdade e em harmonia.

Contudo, com a morte de Samael Aun Weor na noite de 24 de dezembro de 1977, a comunidade gnóstica enfrentou um de seus desafios mais terríveis. Especialmente após o Congresso Gnóstico da Venezuela, realizado em agosto de 1978, inciou-se num período de medo, confusão e disputas que levaram ao esquecimento das últimas orientações de seu fundador, decretando formalmente o fim do Movimento Gnóstico.

Saiu de cena a figura humana do Mestre e em seu lugar entraram os personalismos, os autoritarismos e os exclusivismos, sustentados por mitificações e fantasias de toda espécie. Aos poucos a harmonia e o espírito de fraternidade que decorriam da vivência da gnosis foram substituídos por verdadeiras facções sectárias lutando umas contra as outras pela hegemonia e o controle sobre as pobres almas buscadoras da luz.

Os estudantes gnósticos foram privados dos direitos que lhes haviam sido garantidos por Samael Aun Weor em seus últimos dias, e os Lumisiais Gnósticos foram sequestrados por verdadeiras seitas. Estas eram comandadas por líderes, guias, restauradores e patriarcas que lentamente distorceram os propósitos originais do Movimento Gnóstico, agregando moralismos, ritos e conceitos medíocres, usando sempre as mesmas justificativas torpes, obscurecendo a essência da própria Doutrina Gnóstica.

Em meio à este cenário, alguns estudantes e Lumisiais optaram por permanecer neutros, trabalhando de forma independente e solitária. Mas infelizmente com isso acabaram isolados, fechados em si mesmos, e o destino não tardou em revelar sua triste ironia quando a grande maioria de tais grupos acabou por repetir os mesmíssimos erros que pretendia evitar.

Hoje em dia, enquanto as grandes instituições que adotaram o caminho da centralização de poder e da deformação da doutrina vão lentamente entrando em processo de decadência, muitas pessoas e grupos estão descartando as alterações e os desvios realizados no passado, resgatando as últimas orientações de Samael Aun Weor a respeito do Movimento Gnóstico, e reunindo-se novamente como uma autêntica fraternidade.

É este precisamente o caso da Sociedade Gnóstica Internacional, uma organização criada para estar em sintonia com aquelas que foram verdadeiramente as últimas orientações dadas por Samael Aun Weor, e para promover o estudo, a prática e a difusão de sua doutrina.

Nós nos apresentamos ao mundo como continuadores da Tradição Esotérica e do que um dia foi o Movimento Gnóstico, e esperamos que nossos esforços sirvam para que a humanidade possa realmente encontrar a Gnosis e vivê-la sem fanatismo, intolerância e qualquer espécie de dependência psicológica, mas com luz, amor e liberdade.